quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Um lugar perto de mim

Vê o infinito ao longe, percorre montanhas, sobrevoa planícies e descobre o desconhecido, nunca perdendo o norte. Encontra-te num vale despido mas coberto de significado e repleto de vivências, tuas ou minhas. Apenas redescobre-te num oceano perdido e vasto, onde tu apenas tu és uma partícula numa imensidão de cores pintadas aleatoriamente. Cobre-te até ao horizonte sem parâmetros pré-estabelecidos, apenas veste-te de folhas gastas pelo tempo. Tempo, intempérie, tempestade sem fim, perto ou longe, um lugar perto de mim.

O ser ou ter?

O ser ou ter? Eis a questão. Por vezes confronto-me com esta dualidade. Será que para ser mais feliz tenho de ter…poderá ser um prazer momentâneo, porque logo a seguir já quero mais isto ou aquilo…é um ciclo sem fim…um saco sem fundo…que por mais que o encha nunca estará até ao topo. Se pelo contrário cultivarmos o nosso interior, este florescerá e dará frutos…e assim sim enriquecemos a nossa mente, tudo o resto virá por acréscimo.

O prazer da escrita

O acto da escrita só pára quando atingimos um planalto de satisfação. Mas só pára momentaneamente, porque quando outro texto é iniciado, este só acabará quando esse prazer acontecer. Ou seja, um ciclo vicioso permanece, mas não no sentido negativo, escrever poderá ser entendido como um desabafar de estados de espíritos, poderá até ser considerado um acto libertador e nunca castrador. E então quando a escrita flúi com facilidade, o prazer surge num abrir e fechar de olhos. Ao reler cada um dos textos várias vezes, confrontámo-nos com a nossa personalidade e até percebemos melhor o que nos vai na alma.

O passeio

Numa tarde de Verão fomos até ao parque da cidade, embalados pela vontade e iludidos pela crença que nos unia. Caminhamos de mãos dadas e saboreamos a brisa quente que se fazia sentir. Deitados à beira do lago contemplamos os patos nas constantes idas à água, ouvimos as flores e cheiramos os pássaros. Os sentidos são trocados porque o sentimento prevalece nesse momento. Sentimento já apagado pelo tempo e que não deixou sequelas.

Não ter medo de viver

Viver destemidamente sem pestanejar, ir ao encontro de mim mesma, sentir na pele o contacto com o inesperado. Viver uma experiência única sem parâmetros pré-definidos, o acaso é a palavra de ordem. Quando se programa em demasia determinada situação, acaba por tudo cair por terra, mas se pelo contrário deixarmos fluir e seguirmos o nosso instinto, o que desejamos acaba por acontecer.

O descobrir que estamos vivos

Acordar, dificuldade em adormecer, viver e não sobreviver, viver com garra e acordar com um brilho nos olhos e sentir que sou feliz e que faço sentido à minha existência, não porque o outro existe mas porque descobrimos que para que o outro exista temos de dar por nós primeiro. Quando damos em demasia saímos prejudicados, tem de haver um equilíbrio entre as partes para haver uma maior entrega e uma simbiose entre as relações.

A felicidade

É a ironia da vida, uns ficam pelo caminho sem nunca terem pertencido à estrada. Pela periferia, perdidos algures têm a ilusão que o caminho é em frente, mas esquecem-se que existem atalhos para atingirem a felicidade. A felicidade está dentro de nós, aquela é determinada pelas escolhas que fazemos na vida. Tudo parte de nós, fazemos a cama onde nos deitamos, não há fuga possível.“ A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que percorremos para encontrá-la”.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A estrada

Um percurso, uma orientação de vida, um agarrar a um sentido que nos faz continuar. Presa a mim própria, sigo o caminho que escolhi, não olho para trás, já chega de recordações passadas. Quero viver o “agora” como se fosse o último momento que me resta. Do outro lado da estrada poderás estar tu. É só uma possibilidade pouco provável, mas desejada e sentida. Já aprendi a andar sozinha, com ou sem companhia, prefiro estar entregue a mim própria, assim sei com o que posso contar, sem desilusões sigo o meu caminho.

Abro os olhos

Berro, mas ninguém me ouve. Grito, mas ninguém dá por mim. Abro os olhos e vejo o que ainda ninguém viu. Quero descobrir por mim o que ainda não conheço. Quero alcançar sem ajudas, o que ainda continua preso a mim e que se encontra no mais recôndito do meu ser.